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Movimento cooperativo é destaque no último dia de workshop

De acordo com Henrique Villares, presidente do Sicoob Confederação, o Brasil hoje conta com 9,11 milhões de cooperados de crédito, o que representa 9% da população economicamente ativa

 

Desafios, vantagens e cases bem-sucedidos de cooperativas de crédito foram apresentados durante o Workshop de Cooperativismo de Crédito, realizado pela Confederação das Associações Comerciais e Empresarias do Brasil (CACB) e o Sicoob Unicoob, nesta quinta e sexta-feira em Maringá.

No segundo dia da programação, Nilton Molina, que integra a diretoria da Associação Comercial de São Paulo, destacou que no Brasil a concentração bancária eliminou o que ele chama de “crédito paroquial”, que é o crédito mais barato ofertado para pessoas com maior dificuldade de acessar o sistema bancário tradicional. “Mas hoje o movimento cooperativo só tende a crescer no país”.

Em sua fala sobre ‘O Sicoob e os pequenos negócios’, o presidente do Sicoob Confederação, Henrique Villares, destacou que o Brasil conta com 9,11 milhões de cooperados de crédito, o que representa 9% da população economicamente ativa. “O número ainda é baixo. Na França, esse percentual é de 60%”. Mas o setor tem crescido a passos largos: nos últimos cinco anos, as operações de crédito aumentaram 76% e hoje as cooperativas brasileiras representam 19,7% dos pontos de atendimento do sistema financeiro, com suas 5,8 mil agências. O Sicoob representa o sexto maior volume de depósitos totais, o sétimo maior patrimônio líquido do sistema financeiro do país e ocupa a oitava posição no volume de operações de crédito.

Villares destacou o círculo virtuoso das cooperativas de crédito: “elas devem ser protagonistas na regulação no mercado financeiro, promover a inclusão e a educação, impulsionar o desenvolvimento socioeconômico e social, oferecer produtos e serviços financeiros adequados e a preços justos, inclusive na devolução das sobras aos cooperados”. Destacou ainda a importância de as cooperativas terem spread bancário mais baixo e da divisão dos lucros, o que faz com que os resultados fiquem na comunidade em que estão inseridas. “A maior fonte de lucro do Santander no ano passado foi o Brasil. Esse dinheiro foi para a Espanha”.

O presidente do Sicoob Central Unicoob, Jefferson Nogaroli, falou sobre o início do Sicoob Metropolitano, em Maringá, que surgiu para atender os empresários que precisavam de crédito mais barato. Falou sobre a importância do comprometimento das lideranças e comunidade na instalação de uma cooperativa de crédito. “É possível e viável, mas não é fácil. Mas depois que a cooperativa se instala em uma cidade, ela passa a ser agente de transformação. No Paraná o Sicoob é o braço financeiro das associações comerciais”.

Na sequência, o diretor-geral da Sancor Seguros no Brasil, Leandro Poretti, falou sobre o histórico da maior seguradora da Argentina, que hoje tem atuação no Brasil e outros dois países, com faturamento de mais de R$ 6 bilhões, gerando 2.850 empregos e tendo 530 escritórios próprios. A Sancor tem sede em Sunchales, uma pequena cidade na província de Santa Fé e nasceu de um grupo de cooperados rurais. No Brasil, a seguradora opera há quatro anos, tendo sede em Maringá e o Sicoob como sócio. “A instalação da sede em Maringá foi acertada. Estamos numa região próspera e com espírito cooperativo muito forte”, disse. No Brasil são 210 funcionários, 1,1 mil corretores, 15 escritórios e 60 mil carros segurados. Poretti destacou que a Sancor tem produtos que estão sendo desenvolvidos em parceria com a Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM) e serão ofertados para outras associações.

Primeiro dia

No primeiro dia do evento, o presidente do Conselho de Administração do Sicoob Metropolitano, Luiz Ajita, palestrou sobre o sucesso da parceria com a ACIM e sobre o papel do cooperativismo no desenvolvimento de Maringá. Ele contou a história da instituição que há 18 anos, quando foi fundada, contava com apenas seis colaboradores, 26 cooperados e R$ 335 mil. Atualmente, soma 370 profissionais, 40 mil cooperados e 34 agências, sendo 14 em Maringá.

“Enfrentamos muitas dificuldades. Nos primeiros seis meses de existência perdemos R$ 70 mil e pensamos até em desistir, mas por acreditar no cooperativismo, seguimos e tivemos o apoio de muitos parceiros”, citou Ajita. Para finalizar, disse que hoje o grande desafio é gerar ideias inovadoras que se transformem em vantagem competitiva.

O primeiro dia do evento foi encerrado com a apresentação do diretor-presidente do Bancoob, Marco Aurélio Borges Almada Abreu, que ressaltou o cooperativismo de crédito como a “bola” da vez, já que em países desenvolvidos esse segmento é forte e ajuda a regular o mercado financeiro. “No Paraná, as cooperativas de crédito têm 3% do mercado e Maringá tem fatia de 10%. Estamos em franco desenvolvimento e certos de que este segmento pode contribuir para equilibrar o sistema financeiro do país”.

Abreu destacou ainda que já é mais viável criar cooperativas de crédito locais porque, atualmente, há “ecossistema” para isso, ou seja, empresas e instituições que oferece suporte operacional com serviços e produtos. “O Bancoob é um banco de médio porte com estrutura de grande. Estamos comprometidos com a saúde financeira dos cooperados e precisamos do engajamento da sociedade nesse movimento”.

O workshop foi uma realização do Sicoob Central Unicoob e CACB, com o patrocínio do Sebrae.

Fonte: ACIM



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